Cogitamos substituir nossa logo por esta versão que exibe tipografia baseada em paisagens terrestres. A letra “n”, por exemplo, é lá de São Miguel do Araguaia (GO). O “s” vem direto do Rio Chapare, na Bolívia1.
Antes que você peça indicação, revelamos que não contratamos nenhuma agência de design para esse primoroso tapa no visual. Mas sim uma agência espacial: conseguimos essa nova versão através da ferramenta que a NASA disponibilizou para formar nomes baseados em imagens de satélites do Programa Landsat.
Se quiser testar, é só clicar aqui. Após escrever o nome do crush desejado, é só pressionar enter e voilá.
Ao passar o cursor do mouse (ou o dedo) sobre as fotos, aparecem as coordenadas de onde a imagem foi capturada. Mais uma dica: é possível testar diferentes combinações. Ah, e caso queira, você também pode fazer o download.
Nessa história toda é importante dizer que o Programa Landsat teve início em 1972 e contou com participação decisiva de Virginia Norwood, física americana com formação no MIT.
Para conhecer mais sobre suas contribuições - e sua trajetória que, entre outros aspectos, foi também marcada pelas barreiras impostas pela machismo2 - você pode ler esta reportagem ou acompanhar os vídeos abaixo:
Virginia Norwood and the Little Scanner That Could (legendas em português disponíveis)
“A todo instante alguém de olho”
De lá do período da Guerra Fria, momento da criação do Programa Landsat, até os dias atuais, as imagens de satélite seguem como instrumentos de poder:
Nova corrida espacial continua concentrada nas mãos das maiores potências
Empresas americanas de fotos de satélite borram imagens para ajudar Israel
Em diálogo direto com o item anterior: Satélites mostram que Gaza foi 'apagada' do mapa em um ano.
“Passam drones e pássaros, sobre nós”
Além das guerras/questões geopolíticas, as imagens de satélite e fotografias aéreas são utilizadas em pesquisas, monitoramentos, combate ao desmatamento, formulação de políticas públicas, entre outras aplicações, como discutem os links adiante:
Método baseado em imagens de satélite se mostra eficaz no mapeamento de áreas agrícolas
Múltiplos sistemas monitoram por satélite o desmatamento na Amazônia
Mapeamento por imagens aéreas de caixas d’água e piscinas expostas pode ajudar no controle da dengue
Com imagens de alta resolução, modelo prevê risco de deslizamento no litoral de SP
Drones: a nova fronteira tecnológica para o monitoramento da fauna
Satélite mostra aumento da fumaça e deslocamento para o Sul do Brasil
Por que alertas de imagens de satélite não evitaram a tragédia Yanomami?
Grupo do Inpe aprimora método para mapear uso e cobertura do solo a partir de imagens de satélite
Imagens de satélite do Inpe reduzem impactos de desastres naturais
Ex-aluna da USP que desenvolve satélites no Inpe conta sua trajetória em evento
TerraBrasilis: site do Inpe dedicado a compartilhar dados sobre desmatamento
Já que as duas últimas chamadas destacam a atuação do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais3 - bora conhecer mais informações no vídeo abaixo:
Se você tem a curiosidade de saber como é trabalhar no Inpe, bora de clique abaixo:
Como as geotecnologias ajudam a contar Notícias do Espaço?
Nesse tópico, reunimos materiais que nos ajudam a compreender o funcionamento de algumas geotecnologias:
Geotecnologia como instrumento da inclusão digital e educação ambiental
Sistema Alarmes muda para aumentar a precisão no sensoriamento remoto de incêndios na natureza
Se se interessar, veja também outras edições em que comentamos as relações entre representação do espaço e poder:
Caso queira, veja ainda as edições que tratam também sobre o espaço sideral:
Ah, conforme é possível visualizar abaixo, a nossa edição “Cinzas, verdes e mapa em chamas” aborda discussões que tem como partida, justamente, fotografias aéreas:
Anteriormente em Notícias do Espaço
Com esse “g” tomado de empréstimo de Fonte Boa, Amazonas (2°26'30.8 S 66°16'43.7 W), agradecemos por você dedicar um pouco de seu tempo para acompanhar nosso projeto.
Aproveitamos para destacar que o título dessa edição faz alusão ao verso final da canção Freud Flintstone4 (Engenheiros do Hawaii5) que, por sua vez, dialoga com a frase “que a terra lhe seja leve”, da expressão romana Sit tibi terra levis, utilizada em contextos fúnebres.
Em sua versão em português, a expressão, entre outros destinos, dá as caras tanto no verso derradeiro da música Pequeno Perfil do Cidadão Comum, de Belchior, quanto na linha final de Dom Casmurro de Machado de Assis6.
Que o satélite lhe seja leve.
Créditos:
Pesquisa e desenvolvimento: Higor Mozart e Gabriel Arquette | Financiamento: Programa Institucional de Apoio à Extensão (PIAEX) do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (Edital 02/2024) | Coordenação: Higor Mozart
Se desejar, clique nas coordenadas (16°56'04.7 S 65°13'44.2 W) para visualizar.
Na edição “O grande dia chegou”, além do machismo, mencionamos o racismo vigente na Nasa. Já na publicação “Uma teoria muuuuuuuito louca, só que não” falamos de Marie Tharp, primeira geóloga e cartógrafa oceanográfica a mapear o fundo do oceano em 1948, em um contexto em que só havia cerca de 4% de cientistas mulheres no mundo.
Caso queira, veja também nossa edição “Riscos, desastres e crimes socioambientais”, em que tratamos da atuação do CEMADEN e do Inmet.
Talvez, pensando em alguns dos temas abordados nessa edição, rolasse alterar o título da letra – que se vale aliterações com uma série de palavras iniciadas pela letra F – para Focault Flintstone.
Com breve modificação para: “A terra lhes seja leve!”.