"Onde as corporações deitam e rolam"
Diante dos últimos acontecimentos, nossas edições aumentaram de frequência. Mesmo assim não conseguimos abordar as informações reunidas em virtude do Dia da Amazônia, demarcado no último 5 de setembro.
Agora, sem perder tempo, logo destacamos o artigo no qual Eliane Brum afirma que “o Brasil hoje é a periferia da Amazônia”. Chamamos também atenção para as transformações territoriais atreladas à expansão capitalista na região; aspecto que é discutido aqui, aqui e em texto sobre a “violência contra mulheres em grandes projetos na Amazônia”.
No entanto, “não podemos falar do capitalismo […] sem falar da ecologia”, conforme argumenta Michael Löwy na revista Teoria e Debate1. Exatamente por isso, além da mencionada entrevista em que o sociólogo disserta sobre o ecossocialismo, recomendamos o texto no qual Elder Andrade de Paula discute o capitalismo verde e transgressões na Amazônia. O autor, no intuito de embasar sua linha de raciocínio, apresenta distinções entre o chamado capitalismo verde e o conceito de desenvolvimento sustentável:
Ao nos referirmos ao primeiro, estamos nos reportando às transformações reais operadas no capitalismo, no sentido de promover um movimento simultâneo de adaptação à nova divisão internacional do trabalho, ao reordenamento de natureza geopolítica, às reconfigurações nas relações Estado-Mercado e à assimilação do ambientalismo no processo de acumulação global. As referências ao “desenvolvimento sustentável”, por sua parte, designam a ideologia que busca conferir legitimidade a esse movimento real, concreto, do novo ciclo de acumulação capitalista e, ao mesmo tempo, ocultar a espoliação a ele subjacente (Elder Andrade de Paula, 2013, p.24)
À estas expressões podemos enfileirar outras tantas que, "por mais que tenham diferenças entre si, são efetivamente formas de manifestação da ecologização do capital2", conforme argumenta Julio Cesar Pereira Monerat em sua tese de doutoramento.
Nessa esteira, queremos ainda sublinhar a afirmação de que “a Amazônia também é negra” e abriga várias comunidades quilombolas. Sem esquecer, é claro, de destacar a Amazônia indígena. Tais questões, assomadas aos pontos anteriores, nos convocam a refletir sobre raça, racismo e racialização na Amazônia brasileira e sobre a urgente necessidade de marcar e preservar as terras indígenas e quilombolas.
Não podemos também esquecer que as lutas em defesa da Amazônia estão entrelaçadas à vida de vários(as) lutadores(as) sociais e cientistas, como Chico Mendes, Dorothy Stang, Bruno Pereira, Dom Philips, Raoni Metuktire, Davi Kopenawa, Sônia Guajajara, Jacir de Souza Macuxi, Txaí Suri, Ailton Krenak, Daniel Munduruku, Aziz Ab’Saber, Bertha Becker, entre vários(as) e vários(as) outros(as). Antes de prosseguir, pedimos que volte e leia mais uma vez os quatro primeiros nomes. Nunca nos esqueçamos deles! Trata-se de pessoas que comungam batalhas em defesa da Amazônia e a forma de suas mortes: todas assassinadas por lutarem contra os rastros de destruição e morte impostos por madeireiras, mineradoras, grileiros, pecuaristas, garimpeiros, etc. Não ao acaso, lembra Michael Löwy, que a luta pela Amazônia “é uma luta que enfrenta adversários poderosos e impiedosos3”.
Ao lado dos nomes que você releu, devemos, infelizmente, acrescentar outras tantas pessoas, cada uma com suas histórias e sonhos, que igualmente tiveram suas vidas ceifadas. Talvez, por conta do capítulo mais recente da necropolítica de genocídio dos povos indígenas, nos lembremos de imediato dos Yanomami. Mas há também os Munduruku, Kapôt Nhinore, Yawanawa, Maxakali, Guajajara, Krenyê, Gavião, Guajajara, Piaraçu, Ashaninka, Makuxi, Matis, Marubo, Kaxarari, Waiãpi, Ka’apor e diversos outros povos guardiões da Floresta Amazônica.
Manifestação de Indígenas contra o marco temporal, na Esplanada dos Ministérios no dia 31 de agosto de 2023 – Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Ps.: Como essa edição está muito longa, será melhor visualizá-la em nossa versão web: noticiasdoespaco.substack.com
“Inferno social que a colonialidade implantou”
As palavras presentes no título desse tópico aparecem em trecho de entrevista4 concedida por Ailton Krenak para o livro “Povos Indígenas no Brasil 2017-2022”. Na ocasião, quando questionado se “acredita na possibilidade de uma vida pós-colonial, pós-extrativista?”, essa foi a resposta:
[…] É impossível imaginar que o Brasil vá surfar na riqueza enquanto os países vizinhos estão se debatendo, com suas economias quebrando e suas sociedades explodindo em revoltas. Só mesmo um idiota pode imaginar que o Brasil tem como sair dessa sozinho, sem um amplo diálogo com os vizinhos, com os povos da América Latina, principalmente da América do Sul, sem a Amazônia. Ela [Amazônia] é formada por nove países, incluindo o Brasil, mas os brasileiros preferem discutir sobre a Amazônia como se a Amazônia fosse um sítio particular de brasileiros. Ignoram, inclusive, o tanto de povos indígenas e não indígenas que vivem na Amazônia e que constituem comunidades urbanas complexas.
Esse contexto é ignorado também pelo pessoal do Sudeste [do Brasil], que acha que pode planejar a Amazônia sem nenhuma vergonha na cara. Parece que eles não enxergam que há 1.200 anos ou há 800 anos havia comunidades complexas, com 46 mil pessoas vivendo numa situação cosmopolita, sem esses problemas de ordem social. Eles não viviam esse inferno social que a colonialidade implantou aqui. As pessoas reproduzem isso como se fosse um único mundo possível, e não se abrem para outras perspectivas. (Ailton Krenak, setembro, 2022).
Geopolítica da Amazônia e Bherta Becker
A fala citada acima, por expressar nítida preocupação geopolítica, nos lembra de uma geógrafa conhecida como “A Cientista da Amazônia”. Estamos falando de Bherta Becker que, entre outros temas, se dedicava justamente a refletir sobre a Geopolítica da Amazônia.
Para ler mais informações sobre a pesquisadora, que é uma das maiores referências do mundo sobre o domínio paisagístico em questão, bora explorar os tópicos abaixo:
Uma outra pessoa da família de Bertha já apareceu aqui no Notícias do Espaço. Trata-se de sua irmã, Fany Davidovich. Na edição, ela aparece ladeada por um geógrafo centenário, como ela, o Pedro Pinchas Geiger. Para ver ou rever, só clicar aqui.
Sobre rios, serras e Aziz Ab’Saber
Segundo Ailton Krenak, o Rio Doce, pros Krenak, é um avô:
"O rio Doce, que nós, os Krenak, chamamos de Watu, nosso avô, é uma pessoa, não um recurso, como dizem os economistas. Ele não é algo que alguém possa se apropriar; é uma parte da nossa construção como coletivo5"
Essas palavras, como um rio, nos conectam à Milton Santos que interpreta o território sobre dois prismas:
o território como recurso, isto é, o território dos “atores hegemônicos”
o território como abrigo, ou seja, o território “atores hegemonizados”
Exemplo de atores hegemonizados são os indígenas que vivem na margem esquerda do avô enlameado pelos atores hegemônicos representados pela Samarco/Vale/BHP.
Na margem direita, por sua vez, há uma serra de nome Takukrak. E ela é cheia de personalidade nos conta Ailton Krenak:
De manhã cedo, lá do terreiro da aldeia, as pessoas olham pra ela e sabem se o dia vai ser bom ou se é melhor ficar quieto. Quando ela está com uma cara do tipo “não estou para conversa hoje”, as pessoas já ficam atentas.
Quando ela amanhece esplêndida, bonita, com nuvens claras sobrevoando a sua cabeça, toda enfeitada, o pessoal fala: “Pode fazer festa, dançar, pescar, pode fazer o que quiser6”
Essa sofisticada cosmovisão nos conduz à Aziz Ab’Saber; geógrafo que chegou a propor o tombamento da Serra do Mar no Estado de São Paulo, numa perspectiva da ideia de patrimônio que extrapola o aspecto histórico e social.
Ab’saber tem importantes contribuições na defesa do meio ambiente. Aliás, foi ele quem cunhou a expressão domínio morfoclimático e fitogeográfico utilizada para classificar diferentes paisagens do território brasileiro.
Esse fluxo de pensamento nos leva, então, a observar os meandros da trajetória de Aziz:
Preservar a Amazônia é o desafio que Aziz Ab´Saber deixou para os brasileiros
A natureza na preservação do patrimônio cultural paulista: a contribuição de Aziz Nacib Ab’Saber
Aziz Ab’ Saber fala do cuidado que o planeta precisa ter com a Amazônia
Entrevista concedida pelo geógrafo a respeito dos problemas da Amazônia brasileira
Mais acima, ao citar Bherta Becker, lembramos-nos de sua irmã Fany Davidovich. Agora fazemos o mesmo para prestar homenagem à geógrafa irmã de Aziz. Estamos falando de Nídia Nacib Pontuschka, docente e pesquisadora com enormes contribuições no campo da Geografia e Educação Ambiental.
Pois é, como você já viu, essa edição está repleta de referências à pesquisadores, né? E vamos mandar mais: recomendamos a newsletter
que traz materiais sobre Milton Santos e Kabengele Munanga. O número em questão apresenta também links sobre intelectuais negras brasileiras. Confere lá, só clicar na logo abaixo.Mineração
Como você também já observou, as reflexões de Ailton Krenak guiam esta edição. Por isso, agora realçamos trecho de uma entrevista, concedida por ele ao jornal Brasil de Fato. Na conversa, ao refletir sobre “lógica do capital e da mineração” pós crime de Mariana, o pensador diz:
Olha, tudo que é produzido da terra, tudo que é extraído da terra, a água, o minério, a floresta, a madeira, a produção agrícola, tudo isso sofreu um "apertamento", sofreu um estrangulamento. A disputa no mundo inteiro por terra, por água, por floresta, ela é no mundo inteiro, não é só aqui em Minas Gerais não.
Minas Gerais integra essa plataforma extrativista que está em muitos continentes, e que o Brasil é uma delas, onde as corporações deitam e rolam7. Aqui é a nossa vez de sermos esmagados por esse tipo de capitalismo que destrói os ambientes e vai pra outro país depois.
Quando não der mais aqui eles vão pra outro lugar, vão para a Ásia, vão para a China. Então assim nós estamos vivendo no mundo interior uma mudança climática que já deveria ter proibido a atividade da mineração, assim como já deveria ter sido proibida a extração de petróleo. Os combustíveis fosseis e a mineração são duas atividades primitivas e já deveriam ter sidos encerradas no século 21.
Nós tínhamos que pensar em outras economias pra gente resfriar o clima do planeta, se não nos vamos fritar todo mundo. Quando a temperatura do país chegar ao ponto de começar a matar gente no meio da rua, talvez assim as petroleiras e as mineradoras vão finalmente entender que está na hora de elas mudarem de negócio. (Ailton Krenak, novembro, 2020)
A partir destas reflexões recordamos que na edição “Que preguiçaaaa!”, dedicada a abordar os impactos da mineração, trouxemos materiais diretamente relacionados à Amazônia, os quais rebobinamos agora:
Mineração ameaça espécies raras e áreas com maior biodiversidade na Amazônia, diz pesquisa da UFMG
Mapa dos Conflitos - Uma década de violência e injustiça fundiária na Amazônia Legal
Mineração em terras indígenas da Amazônia aumentou 1.217% nos últimos 35 anos
Amazônia Sem Garimpo (narração em português; narração em yanomami):
Outro tópico citado na entrevista, que também abordamos, diz respeito à questão climática. Se quiser rever, bora lá:
Território, agronegócio e desmatamento
Mais acima falamos sobre o território como abrigo e o território como recurso. E agora queremos deixar como sugestão o filme "O Território", vencedor do Prêmio do Público e do Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance 2022. Nele, há um “olhar imersivo sobre a luta incansável do povo indígena Uru-eu-wau-wau contra o desmatamento trazido por posseiros, grileiros, garimpeiros e outros invasores de terras na Amazônia brasileira” (Fonte: O Território/Divulgação).
Sobre o domínio paisagístico, valer ouvir também o episódio “Amazônia sitiada” do podcast Tempo Quente:
E, aqui, outros importantes pontos para leitura e reflexão:
Desmatamento destrói até 92% no entorno de terras indígenas na Amazônia
Morre Alberto Setzer, idealizador do monitoramento de queimadas no Brasil
Ativistas do Amapá protestam contra exploração na Foz do Amazonas
A vulnerabilidade das cidades da Amazônia quando chove forte
70 anos depois, o cerrado mineiro que inspirou Guimarães Rosa já não é um “oásis”.
Minidocumentário sobre conflitos e violência contra indígenas em Dourados (MS)
Boi, violência e desmatamento: Como o avanço da pecuária acabou com as florestas do Sudeste do Pará
Agro aciona “máquina de desinformação” para defender marco temporal
Pode queimar: indígenas sob ataque das milícias do agronegócio
Pajerama:
Terrapreta
Outra dica que gostaríamos de destacar é o podcast Amazônia em 5 minutos, publicado pela equipe do Amazônia Latitude (site e Instagram).
Da mesma equipe, recomendamos o podcast LatitudeCast. Separamos o episódio em que a escritora Rita Carelli é entrevistada. Na ocasião, ela fala sobre a importância de trabalhar tradições e culturas amazônicas originárias junto às crianças. Nessa esteira, ela comenta ainda sobre seu romance “Terrapreta” (2021, Editora 34).
Vale assinalar que o livro ganhou o selo altamente recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), na categoria Jovem.
O título do livro, como comenta a própria autora, remete à Terra Preta de Índio, terra extremamente rica que, de acordo com vários pesquisadores tem origem antrópica. Para ler sobre isso, clique aqui e aqui.
Destacamos, por fim, um trechinho da obra lida pela Rita Carelli no podcast:
"Se os brancos não querem enxergar que o rio tem espírito, pelo menos podiam pensar que ele é nosso mercado, não é ali que a gente vai buscar nossa comida, isso eles entendem, não entendem?" (RITA CARELLI em Terrapreta, página 72, capítulo Aterrisagem)
Ecologização do Capital e Mercado de Carbono
No dia 02/10/23 foi divulgado, em reportagem do G1, que “cinco empresas brasileiras e três estrangeiras (uma americana, outra canadense e outra britânica) usaram terras públicas para comercializar créditos de carbono, alegando que seus projetos de redução do desmatamento da floresta amazônica estavam em propriedades particulares no Pará”.
A matéria afirma que “os créditos foram usados por dezenas de multinacionais de todo o mundo para compensar emissões de gases do efeito estufa”. Se você leu o Glossário presente em nossa edição anterior, viu que no capítulo 2, chamado Falsas Soluções, há um verbete sobre o tema:
Os mercados de carbono – que varreram o globo desde os anos 1990 e são a principal resposta oficial às mudanças climáticas hoje - são modelados a partir dos mercados de serviçoos ambientais dos anos 1970-1990 nos Estados Unidos. Esses também eram esquemas neoliberais que permitiam às empresas economizar dinheiro por não terem que obedecer às novas leis ambientais dos EUA que entraram em vigor nos anos 1960-1970.
Boa parte do novo capitalismo verde baseia-se nos mercados de carbono, apoiados pelas principais empresas de mineração, petróleo, manufatura em massa, tecnologias digitais, aviação e transporte marítimo, entre outros […] Glossário da Justiça Climática, p. 15)
Para ler mais sobre o assunto:
Seca
Em diálogo com nossa edição sobre mudanças climáticas e El Niño, chamamos atenção para a seca na Amazônia:
Aquecimento anormal do Atlântico agrava seca na Amazônia e traz riscos ‘imprevisíveis’
Seca na Amazônia faz quarta maior hidrelétrica do país suspender geração de energia
Você também poderá se interessar:
Como a data de hoje demarca 35 anos da Constituição Federal Brasileira, destacamos aqui uma versão em versão em nheengatu. Lembramos ainda que Ailton Krenak teve participação fundamental na Assembleia Nacional Constituinte (1987).
Chegamos ao fim com o trecho de uma reflexão de Antônio Bispo dos Santos. Reflexão sobre a Amazônia? Não.
Tem que botar a Caatinga em pé de igualdade com os outros ecossistemas, pois hierarquizar os biomas é um tipo de racismo ambiental. Nenhum [bioma] é mais importante. (Coletiva, entrevista com Antônio Bispo dos Santos).
Até a próxima!
Créditos:
Pesquisa, desenvolvimento e redação: Gabriel Merigui e Higor Mozart
Coordenação: Higor Mozart
Financiamento: Programa Institucional de Apoio à Extensão (PIAEX) do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (Edital 02/2023)
*As indicações de materiais não significam, necessariamente, endosso, mas sim sugestões que consideramos válidas para o debate. Os conteúdos dos artigos, reportagens, vídeos, podcasts e demais mídias veiculadas é de inteira responsabilidade de seus autores e autoras.
Versão web: noticiasdoespaco.substack.com
Entrevista concedida por Michel Löwy à Arlindo Rodrigues, Tica Moreno, Carlos Henrique Árabe, Rogério Chaves e Rose Spina, na revista Teoria e Debate. Link da publicação: <https://outraspalavras.net/outrasmidias/lowy-hora-de-um-programa-ecossocialista-no-brasil/>. Acesso em: 02.out.2023
Ver página 18 em MONERAT, Julio Cesar Pereira. Para a crítica da ecologização do capital. 2020. 367 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) - Faculdade de Serviço Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
Entrevista concedida por Michel Löwy à Arlindo Rodrigues, Tica Moreno, Carlos Henrique Árabe, Rogério Chaves e Rose Spina, na revista Teoria e Debate. Link da publicação: <https://outraspalavras.net/outrasmidias/lowy-hora-de-um-programa-ecossocialista-no-brasil/>. Acesso em: 02.out.2023
Entrevista com Ailton Krenak realizada em 19 de setembro de 2002, por Tainá Aragão, jornalista do Instituto Socioambiental (ISA), para o livro Povos Indígenas no Brasil 2017-2022. Publicado por Instituto Socioambiental - ISA, 12.mai.2023. Link da publicação original: <https://www.socioambiental.org/noticias-socioambientais/ailton-krenak-terra-cansa>. Acesso em: 02.out.2023.
Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak (1ª ed., 2019). São Paulo: Companhia das Letras.
idem
Como se observa, a frase que empresta título a esta edição é de autoria de Ailton Krenak.