📜 Contrato com swifties
Na tentativa de alavancar a audiência do Notícias do Espaço assinamos um contrato com as/os swifties. Funciona assim: o citado grupo de fãs divulga nosso projeto e nós, a cada temporada, mencionamos a cantora Taylor Swift ao menos uma vez. Ela, afinal, claramente precisa da gente para se manter no auge.
O início desse contrato se deu na 2ª temporada quando a artista apareceu duas vezes. A dupla aparição foi uma forma de contornar a ausência de citações na temporada inaugural 😅.
Nestas edições, passamos por temas que envolvem Eras Geológicas, Antropoceno, Emergência Climática1 e os limites de noções como “desenvolvimento sustentável” e “capitalismo verde”.
Agora, nessa 3ª temporada, para honrar o contrato, vamos falar sobre algumas representações espaciais que permeiam o nosso dia-a-dia, à exemplo do que fizemos em “No meio da medalha tinha um hexágono”.
Tá, mas e no que isso afeta a Taylor Swift?
Vamos te contar agora. Tudo começa com uma série de shows da turnê "The Eras" nas terras inglesas. Para recebê-la, a prefeitura londrina modificou o mapa do metrô em sua homenagem:
Fonte: Transport for London
No “mapa” (Taylor's Version), ao invés dos tradicionais nomes das paradas de trem, estão títulos das faixas da artista. A parada de “Westminster”, por exemplo, virou “Gorgeous”!
(Infelizmente, esse parágrafo anterior não fez muito sentido para a gente que conhece a obra da cantora tanto quanto Londres. Maaas, vamos parar de falar. Melhor ficar por aqui, antes que as/os swifties rompam nosso contrato. Calma, gente!).
Bora focar nos seguintes links que tratam, olhe só, sobre metrôs, neoliberalismo e privatizações:
Privatização: Metrô de São Paulo passa por desmonte, alertam metroviários
São Paulo: Linhas privatizadas transportam menos, mas ganham 4 vezes mais que Metrô e CPTM
Por falar em mudanças de nome, vale a pena ler: Justiça proíbe Metrô de SP de alterar nome de futura estação Paulo Freire
Os trilhos dessa conversa nos levam à próxima estação onde reunimos textos que versam sobre mobilidade urbana e direito à cidade:
Distâncias sociais – a desigualdade distribuída ao longo dos trilhos do metrô
Observatório das Metrópoles nas Eleições: mobilidade urbana e política de transportes
Entre ciclovias e viadutos: como saber se meu prefeito está no caminho certo da mobilidade urbana?
Guerras culturais pelo espaço público: ô abre alas que eu quero passar
Mobilidade urbana e gênero: pistas sobre a cidade heterogênea
Quais são os desafios de gênero, raça e renda na mobilidade?
Um olhar não heteronormativo sobre mobilidade e permanência em espaço urbano
Quais os entraves para eletrificar o transporte público no Brasil
Agora, voltando ao metrô de Londres, vem a dúvida: seria o prefeito de lá um swifter? Bom, o carrossel abaixo deixa muitas dúvidas, né?
Não pense você que esse amor é unidirecional: Taylor Swift já andou citando Londres em uma de suas letras. Aliás, tem até uma cartografia dos lugares que aparecem em suas canções:
🏴 Londres (Inglaterra) em ‘London Boy’, ‘So long London’ e “The Black Dog
🇮🇪 Wicklow (Irlanda) em ‘Sweet Nothing’
🇺🇸 Nova York (EUA) em ‘Welcome to NY’, ‘Cornelia Street’ e ‘False God’
🇫🇷 Paris (França) em…’Paris’ (por essa você não esperava!)
🇫🇷 St. Tropez (França) em ‘The Man’
Fonte: Portal Intera
Essa playlist nos lembra que a representação do espaço dialoga com diferentes linguagens, incluíndo a música. Não ao acaso, aqui no Notícias do Espaço já apareceram letras dos Racionais, Engenheiros do Hawaii, Chico César, Marisa Monte, The Amoeba People2, entre outros.
Sim, é isso mesmo que você tá pensando. Abaixo vem uma série de artigos que tratam do feat entre Geografia e Música:
Por uma geografia da música : o espaço geográfico da música popular platina
Os lugares e as ressonâncias: música popular, sonoridades e representações do espaço no Brasil
O diálogo entre Milton Santos e Racionais MC's, o Local, o global em questão
Hip-hop em Cabo Verde : rap e representação do espaço público na cidade da Praia
O rap como ferramenta de compreensão do espaço latino-americano
"Negro Drama", dos Racionais MC’s, é presente nas obras de Carolina Maria de Jesus e Lima Barreto (Para ouvir o podcast, clique aqui)
E no seu caso, quais músicas de seu artista/grupo preferido te trazem reflexões espaciais?
Cláusula penúltima do contrato: Mais Taylor!
Para cumprir essa cláusula e elevar a porcentagem de citações à artista, somos obrigados a utilizar a imagem abaixo que apresenta os valores de cada um dos setores do show que rolou em 2023 no estádio Nilton Santos3.
Favor não confundir com Milton Santos. Aliás, teve quem confundiu, se quiser ver essa história, só clicar aqui.
Fonte: The Eras Tour
Cláusula última: evite confusões com homônimos
Se você clicou no link indicado acima, ficou por dentro da confusão envolvendo Milton e Nilton4. Por isso mesmo, as swifties pediram determinaram para evidenciar que a Taylor Swift não tem relações com Frederick Taylor. Esse último, considerado “pai da administração científica”, teve participação destacada na sistematização da disciplina científica da administração de empresas associada ao sistema de produção batizado de taylorismo.
Para conhecer mais sobre tal sistema, recomendamos este episódio do podcast Trabalheira, no qual há um panorama sobre taylorismo, fordismo, toyotismo e uberização. Ufa! Pronto! Cumprimos todas cláusulas. Ufa! Estão satisfeitos(as)?
Anteriormente em Notícias do Espaço
Muito obrigado por acompanhar o Notícias do Espaço. Ah, os nossos advogados recomendaram deixar bem claro que essa história de contrato foi só uma brincadeira. Ou não. Até a próxima!
‼️ Ps.: A gente gostaria muito de colocar esse link aqui que fala sobre "o mundo visto das asas de um jatinho", mas fomos censurados.
Créditos:
Pesquisa e desenvolvimento: Higor Mozart e Gabriel Arquette | Financiamento: Programa Institucional de Apoio à Extensão (PIAEX) do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (Edital 02/2024) | Coordenação: Higor Mozart
Por falar nisso, caso queira, veja também a “exposição mostra os primórdios da mudança climática”.
O nome “The Amoeba People” jogado assim do nada, no meio de outros mais conhecidos, certamente vale um clique seu aqui.
De forma complementar, indicamos estes três links: Área cultural precisa pensar na acessibilidade para todos os públicos; A acessibilidade em centros históricos de cidades mineiras; Quem levou a água pra dentro da garrafa?
Outro imbróglio envolvendo xarás, já foi contado também em “Qual o seu tuíte favorito?”.