📸 Um retrato da população por cor ou raça
Casa do Olodum. Pelourinho. Salvador. Bahia.
A escolha desse endereço não foi por acaso. A Bahia é o estado brasileiro que reúne a maior quantidade de pessoas que se autodeclararam pretas no Censo de 2010. Salvador é a cidade mais negra além continente africano. O bairro Pelourinho, assim é batizado devido a existência, no período colonial, de uma coluna de pedra no qual escravizados eram expostos e punidos. A Casa do Oludum tem a missão de combater a discriminação social e racial e, a um só tempo, contribuir para propagar a cultura afro e garantir direitos civis e humanos de populações marginalizadas no país (Fonte: Agência IBGE).
Diante destes simbolismos, hoje, 22 de dezembro, o IBGE divulgou os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022: Identificação étnico-racial, por sexo e idade.
Fonte: Wikimedia Commons
Bora conferir os principais resultados:
O destaque inicial é que “pela primeira vez, desde 1991, a maior parte da população do Brasil se declara parda”. Importante lembrar que, de acordo com os critérios adotados pelo IBGE, pretos e pardos são classificados como negros. Esse grupo corresponde a 112, 7milhões de pessoas, o que equivale à 55,5% da população brasileira.
Fonte: IBGE
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“Em 2022, cerca de 92,1 milhões de pessoas (ou 45,3% da população do país) se declararam pardas. Foi a primeira vez, desde 1991, que esse grupo predominou.
Outros 88,2 milhões (43,5%) se declararam brancos, 20,6 milhões (10,2%), pretos, 1,7 milhões (0,8%), indígenas e 850,1 mil (0,4%), amarelas.
A região Norte tinha o maior percentual de pardos (67,2%), a região Sul mostrou a maior proporção de brancos (72,6%) e o Nordeste registrou o maior percentual de pretos na sua população (13,0%).
Em 2022, 35,7% dos pardos e 48,0% dos brancos do país estavam no Sudeste.
Entre os estados, o maior percentual de pardos foi do Pará (69,9%), a maior proporção de brancos foi do Rio Grande do Sul (78,4%) e o maior percentual de pretos foi da Bahia (22,4%).
A população parda era maioria em 3.245 municípios do país (ou 58,3% do total), enquanto a população indígena era majoritária em 33 municípios e a população preta, em nove.
Entre 2010 e 2022, as populações preta, indígena e parda ganharam participação em todos os recortes etários, enquanto as populações branca e amarela perderam participação.
Em 2022, havia predomínio da população parda até os 44 anos de idade; a partir dos 45 anos, a população branca passa a mostrar o maior percentual.
População amarela tem a idade mediana mais elevada em 2022 (44 anos), seguida da população branca (37 anos), preta (36 anos), parda (32 anos) e indígena (25 anos).
O maior índice de envelhecimento foi o da população amarela (256,5), seguida da preta (108,3), branca (98,0), parda (60,6) e indígena (35,6).
A população preta apresentou a maior razão de sexo (103,9 homens para cada 100 mulheres) e foi a única em que número de homens superou o de mulheres.
A população amarela tinha a menor razão de sexo entre os cinco grupos de cor ou raça: 89,2 homens para cada cem mulheres” (Fonte: IBGE)
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Fonte: IBGE
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Para finalizar destacamos edições em que o projeto Notícias do Espaço trouxe informações sobre o Censo 2022:
Com essa edição, encerramos a 2ª temporada do Notícias do Espaço e agradecemos imensamente sua atenção. Quem sabe, no ano que vem, nos vemos por aí. Inté mais! = )
Créditos
Saravá: Equipe: Ana Clara Liberato Costa; Cailaine Vitória Paraguai dos Santos; Weder Ferreira e Higor Mozart | Financiamento: Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais | Projetos de Ensino - Ações Afirmativas - Edital Nº 28/2022 | Coordenação: Higor Mozart e Weder Ferreira
Notícias do Espaço: Equipe: Gabriel Merigui e Higor Mozart | Financiamento: Programa Institucional de Apoio à Extensão (PIAEX) do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (Edital 02/2023) | Coordenação: Higor Mozart
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