Amarildo dos Santos não está mais só
Na edição de hoje em que começamos falando de Amarildo dos Santos é impossível não lembrar de Amarildo Dias de Souza. Também é impossível não deixar de perguntar: Onde está Amarildo?
Oi,
Você conhece o Amarildo dos Santos? Trata-se de um ex-professor que por conta própria realiza o Censo de Igatu (povoado de Andaraí, na Chapada Diamantina - BA) desde 1994. Pois é, também ficamos curiosos: veja direito essa história aqui.
Amarildo felizmente voltou a ter companhia. Isto porque, depois de 2 anos de atrasos, agora, em 1° de Agosto, “o Censo começou a ser realizado em todo o país”. A divulgação tá pesadíssima. Se liga no funk abaixo. Duvido você não ficar com o refrão grudado na cabeça. Duvido.
Também não saem da nossa cabeça as consequências derivados de sua não realização. Por esse motivo, selecionamos materiais que falam sobre a importância do Censo, aspectos históricos e outras questões:
“Mas, afinal, por que o Censo é tão importante? E por que foi adiado? O que mais é perguntado? Quanto tempo dura a visita?" Essas e outras respostas aqui.
Um país que silencia sua história: ausência de Censo impede o conhecimento sobre povos originários
Cancelamento do Censo 2021 deixa o Brasil às cegas em meio à pandemia
Os resultados do último Censo, realizado em 2010, podem ser conferidos aqui.
Nesse ano, pela primeira vez, a população que se considera quilombola será identificada. Sobre o tema deixamos indicação de algumas fontes:
Quilombo, território e geografia - Lourdes de Fátima Bezerra Carril
O espaço geográfico dos remanescentes de antigos quilombos no Brasil - Rafael Sanzio Araújo dos Anjos
Cartografia e Quilombos: Territórios étnicos africanos no Brasil - Rafael Sanzio Araújo dos Anjos
O que os quilombolas podem nos ensinar sobre soberania alimentar?
IBGE organiza mobilização nacional para recensear comunidades quilombolas pela primeira vez
Outra abordagem inédita - presente no questionário ampliado - indaga: já foi diagnosticado(a) com autismo por algum profissional da saúde?
Fizemos menção ao questionário ampliado, pois além dele com 77 perguntas, existe também um básico com 26 questões.
Falando em questionário, o professor Luiz Augusto Campos lembra que “pergunta sobre raça e cor no censo é central na luta contra a discriminação”.
E é obrigatório responder? Confira aqui em 7 coisas que você precisa saber sobre pesquisa e veja também:
Outra dica realizada ao tema é rever nosso tópico a respeito da Teoria Malthusiana e conferir os vídeos relacionados ao tema disponíveis no canal do IBGE, na série IBGE explica. Um deles pode ser visto abaixo:
Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra
Por falar em população, mencionamos duas datas celebradas mês passado. Em 25 de julho de 1992, em Santo Domingo (República Dominicana) ocorreu o 1º encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas e, desde então, é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha.
Foto: Tereza de Benguela
No Brasil, a Lei 12.987/2014 estabelece que na data é celebrado também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza foi líder do Quilombo Quariterê (fronteira do Mato Grosso com a Bolívia) e, “por 20 anos, liderou a resistência contra o governo escravista e coordenou as atividades econômicas e políticas do Quilombo. Tereza era de tal importância e magnitude que todos a tinham por “Rainha Tereza”.
Materiais relacionados:
25 de julho: Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia de Tereza de Benguela
No Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, uma seleção de escritoras negras
Episódio “Rainha Tereza de Benguela: história de luta e de liderança” do podcast LetrasPretas - Radio UERJ
“Cartilha de Combate ao Racismo” da ANDES-SN
Em Juiz Fora (MG), também em 25 de Julho, é comemorado o Dia Municipal da Mulher Negra Cirene Candanda. Trata-se de uma data que homenageia a “cidadã benemérita juiz-forana, reconhecida por sua luta contra a discriminação da raça negra. Seu trabalho está vinculado aos movimentos populares sociais e à área da saúde no município” (Fonte: Prefeitura de Juiz de Fora).
Aproveitando a menção à cidade mineira, finalizamos com destaque para dois links extraídos na newsletter Saravá, referências pretas!:
Atenas, Barcelona, Manchester… Como os negros foram omitidos da história de Juiz de Fora?
“Juiz de Fora, monumento da branquitude ‘redentora’ e outras cidades numa”
Muito obrigado Alessandra, Assis, Ciro, Emerson pelas palavras generosas. Muito obrigado a todas(os) que nos apoiam de alguma forma. Valeu mesmo!
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Créditos:
Pesquisa, curadoria, desenvolvimento e redação: Maria Phernanda e Higor Mozart
Coordenação: Higor Mozart
Financiamento: Programa Institucional de Apoio à Extensão (PIAEX) do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (Edital 01/2022) | Projeto “Além dos Pares: a Pesquisa na Sala de Aula”.
Imagem do Astronauta: Freepik
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